segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

VIRTUOSES DE PLANTÃO

VIRTUOSES DE PLANTÃO

Normalmente decidimos tocar guitarra por que assistimos a um determinado guitarrista contagiando um determinado público, do qual fazemos parte, ao vivo ou pela TV. Como bons mortais não temos nem idéia de como se toca guitarra ou qualquer outro instrumento, tudo o que temos nesse momento é a boca aberta e aquela idéia fixa: “Eu quero fazer isso também!!!”
Certa vez um rapaz me ligou insistindo para lhe dar aulas, dizendo que precisava de novas técnicas de guitarra. Ao chegar a sua casa ele já me esperava com toda sua aparelhagem “plugada”. Antes mesmo de eu terminar de perguntar qual seria seu objetivo no estudo, se ele gostaria de estudar um determinado estilo e o que ele queria dizer com novas técnicas de guitarra, ele me interrompeu, e começou a tocar uma parte de “Black Star “do Malmsteen…(nesta época só se falava em “Rising Force”).
Após alguns segundos, parou e me olhou com um sorriso no rosto e o peito estufado de ar. Quando achei que podia falar alguma coisa, ele baixou a cabeça de novo e começou a introdução de “Far Beyond the Sun”… com o “amp no talo”… se iria tocar tão alto, poderia ter me avisado pra ficar na esquina de sua rua, pois de lá eu conseguiria avaliar alguma coisa... não que eu não goste de tocar alto, mas num quarto pequeno em que as paredes reverberam milhares de vezes a mais as notas que se toca, vamos combinar não é?…Bom, no terceiro segundo de sofrimento eu já estava com o meu dedo no salvador botão OFF, de seu “Valvestate”…Nunca imaginei que um simples CLICK me daria tanta paz…apesar do rapaz me parecer não desfrutar da mesma sensação…O sorriso agora estava em meu rosto e estufando o peito de ar lhe pedi desculpas alegando uma forte dor de cabeça. Logo depois de nos recuperarmos do choque mútuo, eu pedi pra desplugar todos os drives/distorções/boosters e ligar a guitarra direto no amp, e lógico, voltar o ganho do 10 pro zero…nesta hora observei que pelo acúmulo de poeira, já fazia muito tempo que não se mexia naquele especifico botão…então disse que, caso ele não se importasse, eu gostaria de fazer alguns testes…e ele falou que tudo bem.

Então pedi que tocasse as tríades RÉ e DÓ e nessa última não tirasse os dedos da posição. Com um sorriso meio sarcástico, que expressava um pensamento do tipo: “...mas que bobeira... acho que quem vai dar aula aqui sou eu…”, aceitou o meu pedido, ficou surpreso quando logo me aproximei e mostrei que as únicas vozes da tríade que ainda podiam soar eram a MI grave e a DÓ na corda LÁ, pois todas as outras estavam “mortas” pelos seus próprios dedos. Então eu disse: - não me leve a mau, eu não estou aqui pra te provar nada, muito menos com intenção de fazer você passar por qualquer constrangimento, mas por favor, volte a me ligar quando “tirar” a introdução de “Black Star / Farewell”, e tocá-la no violão, como o Malmsteen, aí quem sabe, a gente possa trocar algumas experiências…(engana-se quem acha que professor não aprende com aluno também...)

Bom, pra terminar, eu gostaria de deixar uma mensagem. Eu não entendo muito sobre esse negócio de vidas passadas, mas, você guitarrista, que tem certeza de que é a reencarnação do Vai, Satriane, Malmsteen e CIA., ATENÇÃO... eles precisariam estar mortos primeiro, não é?
Em minha opinião, ídolos servem para inspirar, nos fazer melhorar como indivíduos e ajudar a alimentar o nosso sonho, o que é fundamental para nossa existência, e enquanto indivíduos, por definição somos diferentes uns dos outros, reservando nossas peculiaridades, o que impossibilita a igualdade entre os seres. Portanto somos diferentes de nossos ídolos.
Abaixo segue a definição retirada da Wikipédia para “virtuose”, note que harmonia e composição fazem parte… mas este é um assunto para uma próxima postagem…

Abs e bom bend!!

Johnny



Um virtuoso (do Latim virtus, que significa: virtude, habilidade, excelência) é um indivíduo que possui uma habilidade fora do comum quando utilizando um instrumento musical e consegue combina-la com habilidades na técnica e na teoria musical. Os virtuosos[1] são freqüentemente compositores também. Durante a época da música barroca, muitos, senão todos, os compositores também eram virtuosos em seus respectivos instrumentos.
Se os talentos musicais de um indivíduo podem ser considerados os de um virtuoso, é uma questão de opinião.
Definição de Wikipédia